Comemora-se a data de 25 de abril de 1974, negando abril
ABRIL NEGADO E SEMPRE RENOVADO
Comemora-se a data de 25 de Abril de 1974, negando Abril.
Mesmo muitos dos que viveram e recordam o espírito do Abril popular fazem-no agora mais como
romagem de saudade aos belos tempos do PREC, do que pela afirmação concreta e convicta, nos dias de hoje, da luta pelos sonhos de então.
No discurso oficial repetem-se as bonitas e velhas palavras gastas para esconder as feias acções do
presente. Ou, pior ainda, exaltam-se as malvadezas do poder dominante como o único modo, as medidas necessárias, inevitáveis, para prosseguir o caminho inicial.
Por uma semana, retira-se o Zeca da estante, rebobinam-se as imagens do costume, promovem-se
uns espectáculos a condizer, atiram-se foguetes, canta-se a Grândola…
Faz-se de conta, para que o povo continue a pagar a conta!.
E está pagando com língua de palmo! Nos desejos terroristas dos chefes das associações patronais que, seguindo o exemplo de Sócrates na Função Pública, anunciam que o problema da fraca
competitividade das empresas é estarem cheias de inúteis que é preciso limpar. Senhores que batem palmas à deslocalização da Opel de Palmela ou da Rodhes de Santa Maria da Feira. E que, seguindo
o conselho de Vítor Constâncio, se lamentam dos salários ainda demasiado altos dos trabalhadores. Como diz o Belmiro filantropo: com tantas dificuldades, negociar em Portugal já não dá nada.
Para que o país ainda dê mais qualquer coisinha a estes pobres necessitados, aperta-se a tarracha
aos privilégios dos funcionários públicos. E com o dinheirinho que sobra o ministro da saúde assegura aos beneméritos dos Melos e da Caixa Geral de Depósitos que as parcerias público-privadas em
novos hospitais são negócio garantido. Tão garantido que até as coronárias do Eusébio têm andado estes dias a fazer publicidade grátis ao último grito dos hospitais da moda na capital.
Mais papista do que o papa, a ARS do Algarve acelera o encerramento dos SAPs e dos internamentos
dos Centros de Saúde para que, também na região, nada falte à dedicação à causa da medicina privada.
A maioria das vereações do distrito, incluindo a farense, não quer ficar atrás e faz o que pode para
satisfazer os desejos da FAGAR e das Águas do Algarve que a todo o custo querem nivelar por cima o preço da água através de aumentos exorbitantes.
E aqui em Faro, uma recente decisão da Assembleia Municipal mostra bem a coerência e os
princípios que nos governam ao fazer a entrega do velho Estádio de S. Luís à ganância da especulação imobiliária que assim renova a esperança de ver acontecer o mesmo ao Hospital e aos
Mas, apesar deles e contra eles, à margem do discurso oficial, no íntimo protesto anónimo, no grito colectivo da rua, ora cansado e frouxo, ora vivaz e juvenil, Abril não morre e renova-se em cada luta
Renova-se na vitória do Sim no referendo do Aborto e nos esforços para que lei e a sua prática não subvertam o sentido do voto.
Renova-se na exigência de que os lucros do mercado não apaguem a memória do que foi o fascismo
e a resistência à ditadura, nem que a estupidez de um concurso pimba reedite a nossa história a seu belo prazer.
Renova-se nos actos simples da Associação 25 de Abril, dos seus apoiantes e de tantos outros que
nas comemorações do poder local procuram meter um prego na engrenagem de Novembro para que não apague por completo Abril…Renova-se no humor cáustico mas solidário dos Gato Fodorento. No
descontentamento popular contras as linhas de alta tensão. Nos protestos da Associação Artigo 35 e dos moradores dos bairros degradados por uma habitação condigna. Nas lutas dos imigrantes pela
legalização total, dos intermitentes dos espectáculos e dos jovens precários dos call-centers por um futuro um pouco mais seguro.
Renova-se, aqui ao pé da porta, no protesto dos 100 trabalhadores da Direcção Regional de
Agricultura e Pescas que querem ser pessoas e não apenas números e que recusam ser mobilizados para o despedimento sem justa causa.
Renova-se enfim, no mês de Maio que há 33 anos fez do golpe uma revolução e que na Greve Geral
de dia 30 trará à rua a esperança do mundo do trabalho para que Abril rasgue um sorriso e os cravos se incendeiem…
Faro, 25 de Abril de 2007Vítor Ruivo, deputado municipal do Bloco de Esquerda
MiraLAX and Gatorade Colonoscopy Prep Warning Some of your medications such as blood thinners (e.g.: Coumadin/warfarin, xarelto, Aggrenox, pradaxo, Plavix/clopidregel) may need to be stopped for a few days before your procedure. At the time your procedure was scheduled, we would have given you specific instructions of how to manage these changes – you would also want to check with the pres
Guidelines for the prudent use of veterinary antimicrobial drugs -with notes for guidance- Guidelines on antibiotics Supplement to the German Veterinary Journal 10/2010 Guidelines Antibiotics1 are only to be used for bacterial infections. Any use of antibiotics (e.g. in human and veterinary medicine) can cause the development of antimicrobial resistance. The risk increases if antibiotics ar